Deus harmonizando a hierarquia temporal

O próprio São José reunia em si dois extremos da escala social. De um lado, a Providência o escolheu como príncipe herdeiro da estirpe mais augusta que houve na terra, pois nenhuma linhagem imperial ou real se compara a família de Judá, em cujo seio nasceu Deus feito Homem. De outro lado, porém, dispôs que esse chefe da casa de Davi fosse trabalhador manual, a ponto de, anos mais tarde, quando os nazarenos procuravam desqualificar Nosso Senhor, dizerem entre si: “Não é este o Filho do carpinteiro?” (MT 13, 55), insinuando tratar-se sem representatividade social.

O Verbo Encarnado quis que seu pai virginal Lhe transmitisse essas duas pontas opostas da hierarquia temporal. Com efeito, em Nosso Senhor a natureza humana e a divina são duas realidades infinitamente distantes, que se unem na mesma Pessoa. De forma análoga, a condição de príncipe pretendente à realeza e a de marceneiro coincidem em Jesus. Por isso afirma Dr. Plinio que “o Deus-Homem foi também Rei-Operário”. Assim, o Filho de Maria, como autêntico “Príncipe da Paz” (Is 9, 5), harmonizou em Si categorias sociais extremas, a fim de reforçar a concórdia entre os elementos intermediários e estabelecer a verdadeira “tranquilidade da ordem” de que nos fala Santo Agostinho.

(Extraído do livro “São José: Quem o Conhece?”, de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP)

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